Fazenda Marimbus

Um dos principais acessos ao pantanal dos Marimbus, a Fazenda Marimbus mantém ao longo de todo o ano a visitação através da operação de passeios em canoas canadenses. O acesso é pela rodovia BA 142, no km 149, a apenas 4 km de Andaraí.

Na entrada da fazenda um quiosque dá as boas vindas ao visitante oferecendo especialidades saborosas da região, água de coco e caldo de cana, doces artesanais, biscoitos, mel e nossa tradicional esfiha assada no forno a lenha. Experimente a exclusiva esfiha de palma, recheada com o cacto suave da autêntica culinária regional da Chapada. E para levar de lembrança, um rico artesanato em pedras.

Bosques verdejantes e matas em avançado estágio de recuperação oferecem um clima ameno e uma experiência relaxante ao visitante.

O plano de gestão da área contempla outras atividades recreativas a serem implementadas progressivamente como passeios a pé, de bicicleta ou a cavalo, além de atividades em água, como pescaria, standup e vela. No centro de visitantes, atividades de interpretação e sensibilização ambiental, biblioteca e um museu de mineralogia são planejados para oferecer momentos de lazer e enriquecimento pessoal.

 

 UM POUCO DA HISTÓRIA

Adquirida em 1998, a fazenda tem seu foco no turismo sustentável.  Seu passado, porém, não difere do que ocorreu em toda a região da Chapada e, em muitos aspectos, perdura até hoje no entorno.

Após e mesmo durante o período diamantino em que a serra do Sincorá e os leitos dos rios logo abaixo foram revolvidos em busca da pedra valiosa, as matas exuberantes da planície, ricas em espécies de alto valor comercial, foram exploradas além dos limites de recomposição e em muitas áreas completamente suprimidas, dando lugar a pastagens e plantações. Com a decadência do garimpo de diamantes no início do século XX, a madeira passou a ser fonte importante de receita e o processo de desmatamento se intensificou. Quase a totalidade da madeira de lei foi extraída e enviada aos grandes centros para mobiliário e construção, restando apenas as espécies de menor valor comercial e porte. Daí para a produção de carvão vegetal e para alimentar fornos de olarias foi um pulo, convertendo ainda mais terras para a criação de gado ou abandonando-as, agora desprotegidas da erosão pela ação da água e do vento e comprometidas ao extremo pela prática do fogo na estiagem. Os efeitos sobre a fauna, antes abundante e variada, sobre o microclima e sobre a saúde da população foram dramáticos. A região, empobrecida em todo sentido – material e ambientalmente – passou a ser cada vez menos sustentável, levando ao êxodo populacional para os centros urbanos mais prósperos.

Com a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina em meados da década de 1980 um novo rumo passou a orientar o destino da região, em parte devido às restrições legais e fiscalização dos órgãos ambientais, mas principalmente em função do despertar da consciência ambiental e do perfil dos novos moradores e visitantes da Chapada, em busca de qualidade de vida e valorizando a natureza preservada, numa região privilegiada pela variedade de paisagens e ecossistemas.

No entorno do pantanal dos Marimbus, principalmente na margem direita do rio Santo Antônio, a recuperação é mais rápida devido à grande disponibilidade de água, um solo fértil e a presença de um banco de plantas jovens e de sementes que têm permitido uma recuperação lenta das matas, tanto ciliar como as chamadas florestas submontanas semideciduais sobre as colinas onduladas entre o rio e a serra. Esse processo foi fundamental para a recuperação das matas da fazenda Marimbus, juntamente com o enriquecimento de algumas espécies reintroduzidas e o plantio de mudas produzidas em nosso viveiro. O efeito na restauração da fauna também é marcante e inúmeras espécies de mamíferos, répteis e aves já podem ser novamente encontrados.

As áreas escolhidas para infraestrutura aproveitam locais já irremediavelmente degradados como uma antiga olaria, que dá lugar ao centro de visitantes. A implementação de técnicas sustentáveis, a valorização da estética ao manter parte das estruturas e da arborização exótica já incorporada à paisagem rural da região criam um ambiente renovado que serve de testemunho e estímulo ao cuidado pelo ambiente.