Ao pé da vertente leste da Serra do Sincorá, na Chapada Diamantina, o pantanal dos Marimbus é uma grande planície inundável com uma rede de lagoas interligadas de águas mansas, alimentadas pelo rio Santo Antônio. Por ali passa toda a água coletada pela serra em suas vertentes norte e nordeste, desde os arredores do Vale do Capão, em Palmeiras (onde estão as nascentes do rio Santo Antônio, ainda sob o nome de Rio Preto) até o rio Garapa, já próximo a Andaraí, incluindo nesse percurso o rio São José, que corre de Lençóis para o sul, recebendo tributários como o Ribeirão, Capivara, Capivari, Caldeirão e Funis, e o rio Roncador. Além das águas da serra, recebe também a drenagem do piemonte a leste, através da bacia do rio Utinga. Assim, praticamente todos os atrativos turísticos com água a norte de Andaraí – cachoeiras da Fumaça, do Mixila, Ribeirão do meio e do Mosquito, Serrano, Mucugezinho, Poço do Diabo, gruta da Pratinha, dentre outros – cedem suas águas a esse ecossistema único denominado Marimbus.
De origem africana, a palavra marimbus significa, num dialeto banto falado em Angola, “roça, longe do povoado”. Região de solo fértil e com água abundante, essa planície alagada ficou conhecida como Pantanal dos Marimbus. Quatro grandes áreas principais, cada uma com dezenas de lagoas, compõem esse pantanal extenso, com aproximadamente 30 km no sentido norte-sul e variando de algumas centenas de metros a alguns quilômetros no sentido leste-oeste: Marimbus do Remanso, logo na confluência do rio Utinga com o rio Santo Antônio, Marimbus do Ferrreira e da Fazenda Velha, na porção central, e os Marimbus do Baiano ou de Andaraí.
Nesse trecho final onde o pantanal, emoldurado pela serra do Sincorá ao fundo, se expande em grandes lagoas que concentram aves e uma colorida vegetação aquática num cenário cinematográfico e paisagens serenas de espelhos d’água, fica a Fazenda Marimbus, área particular protegida para conservar parte desse ambiente surpreendente no sertão da Bahia.